domingo, 28 de outubro de 2012

Na janela do meu mundo


Lembro-me como se fosse hoje, do café da manhã...
Da manha que eu fazia lutando para faltar da escola, das vezes em que juntava meu diário e nada tinha a escrever, a não ser que fui, voltei, comi e assisti TV. 
Bons tempos em que os únicos sentimentos conhecidos por mim eram o amor que supostamente recebia das pessoas. Do afeto para com meus colegas, dos meus ursinhos e da bola que eu chutava com meus pés descalços a tarde. 
Bons tempos em que o sol não era problema, bons tempos quando não reclamava de nada, não sentia dor, nem decepções. Época maravilhosa em que passava os finais de ano dançando com minhas primas e minha irmã, sem ter vergonha, sem entender palavras de duplo sentido. 
O tempo passou e muita coisa mudou não é? Muitas coisas guardo e de pouca coisa me orgulho, apenas o suficiente para me manter viva, porém, como sempre, mantenho meus sentimentos totalmente instáveis e intensamente frágeis. 
Na ligeira arte de acertar, errei muito; nos intensos borrões que cometi, foi exatamente tentando apagar certas atitudes minhas, certos caminhos que deram errado. Voltei atrás? Sim, muitas vezes, mas não me arrependo de ter traçado um caminho longo, ás vezes precisamos seguir a diante, mas sempre surgirá alguma esquina ou um quarteirão mais interessante. Nos dramas que vivi, ganhei a certeza de que as lágrimas são dores transbordantes no peito de quem sofre.
Sem mais, vivi e ainda vivo coisas incríveis ao lado de pessoas mais incríveis ainda. Sofri, chorei, mas ganhei um presente dos céus: A arte de superar e a força que me mantém em pé, mesmo fraca e sem vida. Porque os dias são como gotas de água corrente, ela segue, prossegue e some mas nunca será esquecida, a vida é uma necessidade assim como ar, mas respirar não quer dizer viver, viver vai além de acordar todos os dias e sim adquirir paz de espirito e motivos para continuar.
Ainda moro com meus pais, mas tenho um amor em meu peito. Ainda gosto dos mesmos filmes e das minhas bandas preferidas. As vezes sou doce, as vezes fria, mas costumo ser aquilo que a vida pede, aquilo que Deus deseja e aquilo que meus passos imploram para ser. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário